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Ao procurar emprego, buscam-se vários objetivos, sendo um a obtenção de dinheiro para o sustento e lazer, mas, além disso, espera-se que haja sobra para fazer investimentos, pois gerará mais rendimento e, consequentemente, maior segurança financeira. Empreender é um investimento para obter lucro.

A sobra de recursos financeiros é aplicada de alguma forma, porque se colocada debaixo do colchão irá se desvalorizar. Quando os recursos são parcos é normal que os deposite na Caderneta de Poupança, porém é entendível que o rendimento é bastante inferior. Com o aumento do volume disponível, já é possível procurar aplicações financeiras mais vantajosas em termos de rendimentos, entretanto os riscos aumentam. A Bolsa de Valores traz maiores ameaças, mas é uma forma de elevar o patrimônio, principalmente para as pessoas atentas e estudiosas.

Investir num negócio próprio, constituir uma empresa para si ou em sociedade, tende ser altamente interessante, uma vez que proporcionará trabalho e rendimento para os familiares e, conforme crescer, gerará empregos para a sociedade. Com isso, passará a ser reconhecido no bairro, cidade, região, nacionalmente, e alguns mais arrojados, conseguem transformar a empresa em multinacional.

Qual é o lucro ideal para um negócio? O percentual de lucro líquido não é o mesmo para todos os negócios, já que varia de acordo com a atividade (indústria, comércio ou a prestação de serviços), volume de faturamento, giro da mercadoria, capital investido etc.

Para determinar o lucro desejado é preciso conhecer o processo de definir o preço de venda, porque é neste instante que será incluída a parcela de lucro ansiado. Não me aprofundarei na explicação da metodologia da precificação, pois foi tema de outros artigos e que podem ser lidos em meu blog (www.gilmarduarte.com.br), mas sucintamente, são três os enfoques e que devem ser aplicados conjuntamente: custo, concorrência e valor percebido pelo cliente.

Em qualquer um dos enfoques que sugerem o preço de venda, é preciso saber se haverá lucro com base no preço determinado. Para calcular, exclua todos os custos que incidirão sobre o preço e a parcela que restar será o lucro ou prejuízo (se for negativo). Só é possível incluir o lucro ao formar o preço de venda quando é utilizado o enfoque nos custos, pois em determinado momento, pedirá que informe o percentual de lucro esperado. Com isso, a fórmula indicará o preço para comercializar. No livro “Formação prática do preço de venda para empreendedores do comércio” que pode ser encontrado em meu blog ou na Amazon, explico detalhadamente, inclusive com as fórmulas e exemplos práticos.

Agora que já sabe como fazer para adicionar ou encontrar o lucro ao formar o preço de venda, vamos saber as opções para estabelecer o percentual de lucro. 

Um comerciante, por exemplo, faz o investimento no seu negócio e espera obter lucro que o justifique. Para exemplificar, tome o empresário que aportou R$ 200 mil, projetou o faturamento médio mensal de R$ 30 mil e espera que o retorno do capital aconteça em cinco anos. Divida o investimento pelo prazo e saberá que a empresa deverá ter um lucro líquido médio de R$ 3.333,00 por ano (R$ 200.000,00 / 60 meses). Agora, divida o lucro mensal pelo faturamento, para descobrir que a empresa precisará lucrar 11% em cada mês (R$ 3.333,00 / R$ 30.000,00 x 100). O exemplo tem como finalidade passar a metodologia, por isso é bastante simplificado, mas é preciso calcular, também, a desvalorização financeira no período.

Essa é uma maneira de calcular o percentual do lucro, entretanto há outras formas, como adotar a média do ramo, o percentual que o empreendedor julga atrativo ou valor superior a outras formas de investimento que exige menor tempo de dedicação. Uma atenção deve ser dada para que não seja misturado o pró-labore (remuneração do sócio que tem uma função dentro da empresa) com o lucro do empreendimento.

O lucro líquido saudável da atividade comercial principia com 2% do faturamento e poderá chegar a 15%. É pouco provável que o comércio regular consiga lucro líquido superior a 15%. Na atividade industrial, o lucro líquido tende ser mais baixo que do comércio, mas compensa, pois geralmente o faturamento é mais robusto. Já na atividade da prestação de serviços, o percentual de lucro líquido é maior, visto que o faturamento é bastante inferior.